Ciclo “EUA: Altos e Baixos da Superpotência”

 

 

No dia 20 de janeiro de 2009, com a posse de Barack Hussein Obama, inicia-se mais um mandato de presidente dos Estados Unidos, o 56o de uma sequência contínua que começou com George Washington em 1789. Obama será o primeiro presidente negro dos EUA, algo difícil de se imaginar há alguns anos atrás – ainda mais se dissessem que o seu pai era muçulmano. Para muitos, a eleição de uma pessoa como Obama representa a vitalidade da democracia estadunidense e mostra ao mundo a força do caráter do povo dos Estados Unidos. Não se pode negar que as instituições norte-americanas e o respeito que o povo dos Estados Unidos tem por elas são um exemplo para o resto do mundo. A determinação cívica e os ideais democráticos do seu povo foram dois dos pilares sobre os quais os Estados Unidos erigiram sua condição de superpotência global.

          O vertiginoso crescimento dos Estados Unidos, desde sua independência em 1776 até fins do século XX, no entanto, não se deu sem percalços e o país passou por muitas situações moralmente questionáveis em sua história. Alguns exemplos de tais situações são: o extermínio de nações indígenas inteiras na expansão territorial para o oeste; a exploração da mão de obra de escravos negros e a Guerra Civil em decorrência disso que torturou o país em meados do século XIX; o racismo fortemente arraigado na população, majoritariamente branca, principalmente no Sul do país; as agudezas de um sistema capitalista selvagem que desumaniza o ser humano e hipervaloriza o mercado; a paranóica perseguição a comunistas, de fato e de ficção, promovida pelo Senador Joseph McCarthy na década de 1950; as intervenções militares em países de todas as partes do Globo, causando milhares de mortes de civis e militares; e, como conseqüência de tudo isso, o aparecimento de uma explosiva sub-cultura de sociopatas, ex-combatentes neuróticos e “malucos” de todos os naipes que, tendo à sua disposição armas sofisticadas vendidas livremente no mercado norte-americano, são capazes de todo tipo de violência.

         O objetivo deste ciclo é mostrar exemplos de como o cinema tem abordado esses pontos altos e baixos dos Estados Unidos ao longo de sua história. Os que virem os filmes poderão notar que, em muitos casos, um mesmo filme mostra tanto aspectos positivos como negativos, revelando as contradições morais e os conflitos internos pelos quais os Estados Unidos tem passado. Os filmes do ciclo foram escolhidos visando apresentar uma visão geral isenta que não tendesse nem para a acusação e nem para a exaltação dos Estados Unidos. Por esse motivo, todos os filmes do ciclo são dirigidos por norte-americanos. Por abordar temas delicados e terem sido feitos em períodos difíceis da história norte-americana, alguns filmes do ciclo foram, eles mesmos, objeto de controvérsia e chegaram a sofrer cortes ou até mesmo proibição de exibição em território norte-americano por algum tempo. Por outro lado, outros filmes do ciclo são considerados patrimônio artístico-cultural dos Estados Unidos e estão entre os 100 melhores filmes norte-americanos de todos os tempos segundo o American Film Institute (http://www.afi.com/tvevents/100years/movies.aspx).

 

Programação

 

06/02/2009: O Nascimento de Uma Nação*. David W. Griffith (1915).

 

13/02/2009: O Preço de Uma Vida. Edward Dmytryk (1949).

 

20/02/2009: Rastros de Ódio. John Ford (1956).

 

27/02/2009: 12 Homens e Uma Sentença. Sidney Lumet (1957).

 

06/03/2009: No Calor da Noite. Norman Jewison (1967).

 

13/03/2009: Corações e Mentes. Peter Davis (1974).

 

20/03/2009: Wall Street. Oliver Stone (1987).

 

27/03/2009: Onde os Fracos Não Têm Vez. Joel e Ethan Coen (2007).

 

*Filme mudo. Devido à sua longa duração, este filme começará às 15:30 hs

 

Local: Anfiteatro das Exatas, Campus USP. Horário: 16:15 hs